quarta-feira, 28 de maio de 2014

O Rosa da Alma



O rosa floresce no céu. 
Seria como o rosa da alma? 
Seria a alma rosa?
A alma que se tanto buscar entender.
Aonde? O que? Por que? 
Entre árvores o amarelo confunde com o rosa.
Destacam pequenas luzes.
Como conquistas na vida.
São pequenas perto de tanto tempo vivido.
Umas brilham mais, outras menos.
E a que deveria brilhar mais parece tão pequena.
Tão pequena que se confunde com as demais.
Talvez porque todas são iguais.
Dependem de momentos.
O rosa pode brilhar mais que o amarelo? 
Um suspiro aliviado pode ser maior.
Um grande trabalho pode ser só mais um grande trabalho.
Um pôr do sol pode não ser apenas um pôr do sol.
Pode ser um alívio da alma. Um entendimento.
Ou, por que não? Um convite ao renascimento.

Foto: Rodrigo Rocha

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Um Novo Caminho


Amigos, hoje estou trazendo um post especial. Um texto que escrevi sobre a emoção de fazer parte desse lindo trabalho que é a Upside Down desde o início de tudo (2011) e de viver esse momento maravilho que é o lançamento do nosso primeiro trabalho, o EP "Um Novo Camino". Leia o texto e escute a música no vídeo acima no último volume!


"Naquele som, um novo caminho, uma nova estrada, um novo destino.
Não são dias que definem toda a sintonia.
São novas escolhas, rumos e direções.
Não são apenas tons e semitons, há harmonia, sintonia. Como um plug sem microfonia.
A cada novo som há um outro novo caminho.
Não há passos sem pegadas, todo caminho percorrido será história contada, vivida, desfrutada.
Se houver novos caminhos, serão novas melodias em escalas de outras vidas já vividas.
Entre encontros e desencontros, sempre há um reencontro.
Se em um novo caminho eu cair, haverá mãos a me levantar e me guiar em novas direções de harmonias, tons e semitons."

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Estradas



Em cada estrada no caminho busquei a tangente.
Do verde ao cinza, do branco ao azul, nem sempre vi as cores do que estava à frente.
Eu vi no asfalto o tempo, na mata a vida, no céu a luz e em cada nuvem a direção, norte-sul. Se cada linha na estrada guiasse meu caminho, no tempo eu não estaria sedento, sozinho.
Deixei nuvens me guiarem, na direção que apontarem, na beleza em que se formam.
Transitei, segui, retornei. Nem no tempo percebi o que aprendi, nem no que me tornei, aonde cheguei.
Reaprendi, sem perceber recomecei, na direção de uma nova nuvem reescrevi o que vivi.
Das estradas que eu vi, isso eu senti, não houve traço sem defeito nem placas sem retorno. 
Todo começo tem um fim e todo fim um recomeço.


Foto: Mariana Rocha


segunda-feira, 4 de novembro de 2013

A Grafite




Na mesa da sala papéis se confundem.
A grafite que tanto risca dita o ritmo.
Ali não se sabe o que é real, não se entende o que é vida.
A grafite esboça o mundo imaginário.
Alguma alma despeja palavras no ar.
Enquanto outras transitam pelos espaços vazios, como se fossem pra outro lugar.
O que a grafite traça, a borracha apaga. O que a grafite marca, nem o tempo esconde.
O breve silêncio desmascara a plena falsidade.
Palavras nem ao léu, nem ao céu. Palavras ao lixo.
A grafite suja os dedos que apontam a direção de várias vidas.
Para onde eles apontam? No que essas almas realmente acreditam?
A grafite é o seu meio de expressão, via da opressão.
Ternos e gravatas são disfarces da tristeza, cobrindo os vazios.
A vida em segundo plano. Um mundo falso.
Do que esperar da grafite? O que ela vai me dizer?
Como a vida, um dia ela chega ao fim.
Como a vida, é preciso saber usá-la.
Como a vida, ela é um instrumento do sistema.



Foto: Rodrigo Rocha

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Ao sol






Da luz que o sol emite vem a energia
Que faz o céu clarear e o tempo parecer mais manso
Do céu tão claro vem a alegria
Que faz o branco parecer mais branco do que o branco de todos os dias
Do branco tão branco vem a paz
Que faz do brilho um olhar e da vida poesia
Da vida em poesia  vêm cantos em prantos e tristeza em harmonias
Então elevam-se às mais altas montanhas as melodias em cantorias
 

Foto: Rodrigo Rocha

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Caminhada Solitária


Passo após passo.
Respiração lenta, suave.
Caminhar nos espaços vazios.
Como preencher a mente.
Caminhos diferentes.

Se cai a chuva, se bate o sol, não importa o que está no chão, água ou sombra, tudo em vão.

Durante a caminhada não há paz completa nem amor eterno.
Há esperança de chegar.

O destino pode enganar, nunca será como o que o ar parece indicar.

Sem pensar nas ruas transitadas no caminho, há um lugar, um espaço onde os ares não são simples gases, mas mostras da vitória, ou, quiça, da derrota.

Esse é o fim da caminhada.
Não há trajetos nem caminhos.

Parece um fim maior. Antes de olhar pra trás é necessário olhar ao redor.
E assim entender que não importa o caminho que passou, e sim, o que há de vir.

E que seja cheio de luz. Basta acreditar.

Foto: Reprodução internet.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Até o Píer






Nas areias que refletem a cor do sol a passada que todas as dores fazem lembrar.
A onda que quebra num mar azul.
Até o píer parece alguém.
Um ser tão pequeno.
De longe a apreciar o mar.
Ah o mar, aquele que faz lembrar que o píer está lá, a esperar.
O fim certo dará. Mas por que no fim? O certo não pode começar?
Na esperança de o fim chegar, nada se vê no caminho. Nem ondas, nem nuvens, nem luzes do céu.
De tanto o píer mirar, os olhos esquecem do mar.
E no mar, doce mar, está a vida que se deseja levar.




                                                          Foto de Mariana Rocha